Amanhã acontece a demolição do Estádio que nós baianos chamam carinhosamente de Fonte Nova. Há alguns anos, devido a falta de manutenção e superlotação, ocorreu um desabamento e 7 pessoas morreram.
Hoje, tanto os jornais, quanto a propaganda política exploraram a implosão de forma melodramática. Tudo bem, até eu fiquei puxando da cabeça a minha relação com o local. No caso, ocorreu quando eu era muito pequena e estava lá toda a minha família. afetividade, emoção, nostalgia. Sim, vamos relembrar.
Foram mostradas nas entrevistas a relação dos trabalhadores, dos torcedores. Também os dos moradores da região, que terão a sua paisagem urbana modificada com a retirada e, posteriormente, com o novo estádio.
Sinto uma treta política por trás dessa abordagem que chega a anunciar o “fim da Fonte Nova”. Parece até que não haverá a reconstrução e que a nossa perda, além das vidas e desse tempo de interdição, será maior com a anulação total do estádio. Realmente acho que a perda maior já ocorreu.
(Normalmente estes anúncios de fim disso fim daquilo me incomodam muito).
Claro que ainda tem a questão histórica, cultural, urbanista, etc. Não desvalorizo nada disso, mas considero que está sendo feita a cobertura de tal forma a se criar uma comoção e de utilizá-la contra o atual governo. Não retiro a culpa, apenas aponto algo que vejo na entrelinha dessa cobertura.
Nome formal a Fonte Nova também tinha e mesmo assim virou o nossa Fonte Nova. Quando o novo estádio estiver pronto (se não pegar a linha do metrô e se perder no tempo, mas acredito que as forças motoras aqui envolvidas não nos levarão para este caminho), poderemos voltar a nos sentir na Nova Fonte Nova. Para o que foi subtraído, queremos justiça, mas “vamos seguir em frente”.
(Pior foi quando retiramos do centro histórico uma igreja em nome do progresso. A antiga Fonte Nova tem que dar espaço para a Nova em nome, principalmente, da segurança).
(Talvez um certo desapego interfira, pois não sou torcedora, nem vivo do dinheiro gerado aí, mas mantenho o desacordo com o sentimento vendido na TV).
Veja o próximo post sobre a Fonte Nova.
Acabou de se acabar! Agora o bolso de alguém começa a sorrir, por isso não chorem! Um dia aparece aí a Nova Fonte Nova, a tal arena.