Desatenção Civil na rede

Nas semanas passadas, no mestrado, lemos sobre interações face-a-face. Apesar do mestrado, em grande maioria, se tratar de interações mediadas, é importante entender das que são presenciais, visto que muito da cibercultura tem relação com o mundo físico, simulando-o, estendendo-o, alegorizando-o, etc.

Da sociologia aprendemos alguns conceitos como Desatenção Civil – o ato automático de ter ciência da presença de uma pessoa mas a ignorar.

Isso acontece a todo tempo que estamos sozinhos mas cercados de pessoas. As vezes, ocorre para delimitar diferenças sociais, evitar constrangimentos, etc.

Isso ocorre na esfera ciber? Sim, a todo momento. Mas as vezes é até mais descarada. Porque entramos com o perfil anonimo no perfil dos outros, sabemos da existência deles e nem ao menos deixamos um scrap. Seja um conhecido ou desconhecido, presencialmente falando.

Mas o que mais me chama atenção é que no twitter isso é muito mais evidente. Existem relações unilaterais no twitter. Não preciso seguir a quem me segue. Eles sabem de mim, eu sei que eles estão lá, mas os ignoro.

Um ponto sempre analisado na sociologia é a distancia social, que pode até ser interpretada no sentido absoluto de distancia medida entre pessoas em suas interações e seus significados. Mas também pode ser tratada em relação a identidade. Minha distancia social entre os faconianos, teoricamente, é menor do que os comunicólogos de Curitiba que me seguem.

Mas o que quero com tudo isso?

Talvez desabafar que é um saco o joguinho de “eu sei que você sabe que eu sei, mas vamos fingir que não sabemos” (ou vocês estavam achando que este seria um post só cabeça, sem o mínimo de intimismo??).

Nem sempre dá para ser desatencioso, dá um certo desconforto. Mas é mais fácil com os distantes (segundo perfil citado acima). Nem sempre dá para fingir que não sabe, se está logo aqui no cantinho, no meu twitterfox; ou no outro cantinho, no meu pidgin; ou na segunda aba, no orkut.

Ser desatencioso é só uma ilusão com vatagens e custos!